sábado, 13 de fevereiro de 2010

Os Grandes "Bloquinhos"


Pois é, todo ano é a mesma coisa... Pré-Carnaval, váarios blocos, todo mundo animado querendo ir... A animação passa pra você, naturalmente (quase como o espírito natalino). E então você coloca em sua cabeça que pode até ser bom, talvez você se divirta, talvez seu príncipe encantado esteja perdido lá... E, finalmente, vai ao bloco.
Chegando lá, nada mais que muita confusão, vários caras lindos te paquerando (mas bêbados, bleargh! ), enchendo a cara como se estivessem numa briga pra ver quem cai primeiro. Todo mundo suado, com cecê, gente peidando, arrotando, mijando na rua ... (BLEARGH!), mas ainda assim você pensa 'ah, vou curtir com os meus amigos e ouvir a marchinha' , mas a marchinha está sendo tocada em um péssimo sistema de som, em um caminhão fantasiado de palco móvel e você não consegue distinguir a letra da marchinha. Aí você começa a tentar conversar com as suas amigas, mas a maior parte delas está paquerando também, ou bebendo. Muitos me contradizem mas, na minha opinião, é aí que você descobre o motivo de se vender taaanta cerveja nesse tipo de evento: você começa a beber como FUGA, deixando o efeito do alcool diminuir seus sentidos. A partir daí você não sente mais cecê, não pensa em peidos, arrotos, mijos, nem no som ruim, você só pensa 'caramba, que legal festa de rua, tipo aquelas que eu ia quando era pequena, só que com caras gatos querendo me beijar ... oba!'
E nisso se resumem os blocos.
Eu já passei por situações bizarras em blocos... Ano retrasado, por exemplo, fui ao famoso Bola Preta, no Centro, toda arrumadinha, achando que ia arrasar. PRA QUÊ ??? Eu cheguei lá, todo mundo de chinelo, ninguém levou celular, ninguém tirando foto e algumas pessoas 'secretamente' escondendo o dinheiro em cuecas ou sutiãs... Então o bloco começou e todo mundo começou a andar na mesma direção, com seus seguidores disputando quem ficava mais perto do trio, ou da bateria. E a cada segundo chegava mais gente (eu não sabia que cabia tanta gente no Centro da Cidade), chegou a um ponto que eu não andava mais porque a multidão se encarregava de me levar, pra falar a verdade, eu nem sei se meu pulmão tinha espaço o suficiente pra se espandir, e fui ficando com falta de ar e mais fraca, e o bloco mais forte e mais apertado. Até a hora que decidi pedir socorro a alguém do meu lado e só assim me tiraram daquele inferno.
Ano retrasado ainda, quase fui pisoteada pela bateria de um bloco na Haddock Lobo, na Tijuca, tudo isso porque meu prendedor de cabelo caiu no chão e eu ia abaixar pra pega-lo. Só sobrevivi porque minha amiga, muito atenciosa por sinal, me tirou de quase de baixo da bateria. rs
Ano passado inventei de ir pro Simpatia é Quase Amor, em Ipanema, com amigos que adoravam brigar. Eu me pergunto: Pra quê? No final das contas teve muita porrada, sangue e até tiro !
A cada bloco que eu vou eu afirmo a mim mesma "Esse é o último!" e no dia seguinte... Adivinha só? Estou lá de novo !

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tempo !


Quanto tempo até você não pensar mais no tempo ?
Meu maior inimigo declarado é o tempo. Não, não ligo pras rugas, nada a ver com envelhecer.
Tem a ver com: eu quero mais tempo !
Tempo pra sair, pra estudar, pra pensar... meu dia não tem tempo o suficiente pra tudo.
Sabe porque os alunos repetem de ano ? Sabe porque os alunos não passam no vestibular ? FALTA DE TEMPO .
O dia só tem 24 horas: 8 eu durmo, o colégio ocupa 6 horas, teoricamente precisa-se de 8 pra lazer, VOCÊ SÓ TEM 2 DUAS HORAS PRA FAZER PESQUISAS, DEVER DE CASA E BOTAR A MATÉRIA EM DIA ? Quanta injustiça "/
E quando você espera alguma coisa ? O tempo não passa... você olha um milhão de vezes no relógio e não se passou nem 3 minutos.
O tempo é um invejoso. Acho que quando a gente tá feliz ele passa tão rápido que a gente nem percebe e quando ele nos vê triste ele se estende até aonde conseguir. Isso sim é vontade de viver, quer tanto viver a ponto de castigar quem vive.
Sempre defendi as resoluções de problemas por meio de diálogo, mas como você vai dialogar com o tempo? "olha dá pra passar mais devagar, por favor ?" , ou "poxa, estou numa fase ruim, dá pra se apressar ? " . Mas aí andei pensando... se o tempo de espera atinge a gente é sinal de que a gente espera que alguma coisa aconteça pra sermos felizes, certo ? Significa que a nossa felicidade está depositada em alguma outra coisa ou, melhor dizendo, nós depositamos a nossa felicidade em alguma coisa e só a gente pode desfazer isso. Não é fácil . Mas nada que é bom costuma ser fácil. Qual a graça de comemorar a vitória de algo que você não batalhou ? Qual a sede de conseguir alguma coisa pela qual você não se pôs na linha de frente do campo de batalha? Sei lá, eu sou muito mais ligada a vitórias pessoais e interiores do que a vitórias materiais. Não que eu não goste de vitórias materias, afinal, quem não gosta, né? Mas quem é merecedor de ganhar sem ter nenhuma cicatriz ?
Sabe, só pra concluir, tem um trecho de uma música do Los Hermanos assim: 'e quanto levou foi pra eu merecer, antes um mês e eu já não sei..'
É isso .

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carnaval


É, todo mundo contando os segundos pro carnaval, pra cair na putaria. hahahaha Não estou menosprezando, até porque, como todo mundo eu também estou pensando nisso. Mas as pessoas são estranhas (eu também sou), passam o ano inteiro reclamando, de mau humor, e aí chega o carnaval, todo mundo esquece os problemas, esquece que tá sem dinheiro, esquece que tá doente, esquece que tem casa e vai ficar feliz pular e cantar 'sou praiero, sou guerreiro, tô solteiro, quero mais o quê?'. Quanta hipocresia nossa.
Eu não sei se fico triste por esse país decadente ou se fico feliz por pelo menos ter algo que nos faça sentir assim.
Tanta tortura por 11 meses, pra chegar fevereiro e descaralhar. Sabe, todo mundo suporta tudo e, na maior parte das vezes sai a procura de algo que sabem que se der errado vai fazer doer mais fundo. Consomem a dor... até ela se transformar em alguma outra coisa. Mas o quê ?
Acho que se é pra nação ficar feliz mesmo, devíamos votar na Ivete pra presidente e fazer carnaval o ano inteiro. =D

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Estréia .

Os dados pessoais eu sei de cor. Pergunte-me o msn e eu tenho na ponta da língua. Sei a cor do cabelo, dos olhos, altura e até peso.
Agora, se vier perguntar preferências, como cor, comida preferida, tipo de flor, lugar preferido, ou qualquer variante do Gênero, vai se decepcionar. É tudo tão mutável...
Talvez seja medo. Medo de afirmar que eu sou alguma coisa... 'oi, eu sou assim, gosto disso, não gosto daquilo..' , quanta responsabilidade ! Pra quê se definir tanto? Pra quê se limitar tanto? Eu não. Prefiro ser essa indefinição bem disfarçada.
O que mais tem me preocupado é o tempo, que voa. Tenho medo, às vezes, de piscar os olhos e se passarem anos sem que eu tenha vivido tudo, até a última gota de vida.
Envelhecer é crástino. Não da pra evitar as rugas, os cabelos brancos, as decisões, as preocupações, a pele flácida, os entes queridos morrendo... são fases, né? As coisas acontecem porque fazem parte da vida. Sem fases a vida seria tão monótona e chata, acredito até que o número de suicídios iria aumentar.
O único modo de evitar envelhecer é morrer jovem e, como essa não é uma opção... vamos envelhecer.
Os relacionamentos têm me preocupado muito também. Eu não tenho mais vontade de tê-los. As pessoas me irritam.
É, eu sei que ninguém vive sozinho, mas as pessoas ao meu redor, por mais que sejam, ou tentem ser boas me causam repúdio. Sei lá. Quando estou com elas tenho sido tomada de uma impaciência demoníaca, um desejo estranho de feri-las. Quando elas falam minha mente tenta se afastar e voar pra longe, e aí me sinto como, talvez, um pássaro que tem uma longa corda presa aos seus pés.
"As pessoas que se esforçam pra serem as mais legais são, na verdade, as mais tediosas."
Não quero mais entender as pessoas. Eu me interesso por elas, mas num aspecto de universo. É importante que gostem de mim, mas não sei se é saudável deixar que este tipo de afeto dê aos outros poder de me possuir.
Tenho gostado muito de estar sozinha. Tenho tentando aprender a apreciar a minha própria companhia.
Normalmente a solidão assusta e atrai as pessoas. Eu, atualmente, tenho adorado estar só ! Quando estou cercada de gente e, mesmo assim, consigo reconhecer a minha própria solidão, sou capaz de amar cada pessoa que estiver a minha volta, com QUASE total desprendimento.
Mas, na medida em que essas pessoas exigem que eu abandone a minha solidão - interior - para que elas mesmas não se sintam sozinhas, - a magia deste amor desaparece.
Pra primeira postagem já está bom, né ? Não é legal muita intimidade assim, de cara. Nunca tinha pensado em um blog, mas como meu psicólogo achou que seria bom. Tentemos. :)